Meu caminho até aqui

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MeuCaminho

Uma vez que a natureza da existência humana está nos relacionamentos e minha doença me impedia de manter relacionamentos saudáveis, comecei a perceber que estava em péssima situação.

Imagino a doença da codependência como uma árvore. Suas raízes são os abusos e a negligência que sofri na infância. Os galhos são o modo como me defendia para sobreviver. Tanto as raízes quanto os galhos precisam ser curados. Não posso parar de agir como agia sem curar os danos que geraram esse comportamento e, da mesma forma, não posso trabalhar as raízes se ainda estou tentando curar minhas adicções. Tive que aprender a ser tolerante comigo.

Quando iniciei o programa me assustei com a magnitude da minha doença. Tive que aprender a trabalhar um Passo de cada vez e uma doença de cada vez. Estou doente há 27 anos, logo não é possível me recuperar da noite para o dia. Sempre que preciso saber quanto progredi olho para trás, um ano pelo menos, para saber quão longe cheguei. Assim, tenho certeza de que sempre vou achar que progredi.

Estou aprendendo a me amar no CoDA. Estou aprendendo a parar de me depreciar e a parar com as atitudes de autodefesa. Estou aprendendo a impor limites, a não usar minha raiva para me proteger. Estou aprendendo a acreditar em mim, a me conhecer. A decidir o que é bom para mim e partir em busca disso com paixão. Há duas coisas que sempre faço desde que cheguei à recuperação e que acho que me salvaram: Tenho sido cuidadosamente honesto e assim consigo a vontade de fazer o que for preciso para me recuperar.

Se tivesse que escolher apenas uma reunião por semana, escolheria as reuniões do CoDA. Nelas, posso falar de tudo. Em outros grupos de ajuda, as pessoas às vezes sentem-se incomodadas se falo de aspectos da minha doença que não se encaixam bem no programa. No CoDA, mais do que em qualquer outro lugar, sinto que por pior que sejam os abusos que sofri ou por pior que tenham sido minhas atitudes, sei que somos mais parecidos do que diferentes uns dos outros. É em lugares assim que posso encontrar a recuperação.

Depoimento de um companheiro no Grande Livro do CoDA.

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