Meu 13º Aniversário
Eu comemorei meu 13º aniversário em CoDA na semana passada. Que viagem!
Antes de CoDA eu era uma pessoa profundamente deprimida. Pensava em suicídio, não porque quizesse me matar, mas porque não podia viver minha vida de forma diferente, e minha vida era dolorosa. Quase não saía de casa. Passei muito tempo na cama ou no sofá, evitando o mundo exterior. Sentia-me a “menor e pior das pessoas”. Não tinha condições de formar novos relacionamentos. Era dependente do meu relacionamento primário. Tinha cicatrizes físicas e emocionais. Esperava por alguém para me resgatar. Ninguém nunca o fez!
Então li que havia uma organização chamada CoDependentes Anônimos. Achei que não haveria reuniões perto de mim. Na minha negatividade, achava que só haveria reuniões noutra cidade, para onde eu não queria dirigir. Mas, para minha surpresa, havia reuniões do CoDA na minha área, perto da minha casa, fácil de chegar. Estava sem desculpas agora… eu podia e acabei indo a uma reunião.
O encontro foi no porão de uma igreja. Justo para mim, que fui criada numa família judaica! Nunca tinha ido a qualquer reunião de Doze Passos. Era muito difícil para mim fazer qualquer coisa diferente, porque estava vivendo como uma eremita. Mas naquela noite, naquela reunião, ouvi pessoas partilharem sobre coisas que eu sentia. Percebi que os outros sentiam e pensavam como eu. Identifiquei-me com tanta coisa que ouvi naquele porão mofado. Dei-me conta de que eu vinha sofrendo de “singularidade terminal”, a idéia de que eu era diferente de todas as outras pessoas. Pensava que a vida era mais difícil para mim do que para qualquer outra pessoa. Percebi que havia pessoas no mundo como eu, afinal de contas!
Durante o intervalo da reunião senti-me desconfortável. Me parecia que todos se conheciam, todo mundo tinha pessoas com quem conversar, sentia-me como um “alguém de fora”, o mesmo papel que eu desempenhava em minha família. Grande surpresa! Mas eu percebi que deveria continuar voltando. Voltei para aquela reunião e para muitas outras ao longo dos anos.
Gradualmente aprendi a identificar meus sentimentos. Aprendi a tomar decisões. Comecei a compartilhar na primeira pessoa do singular, falando de mim mesmo. Aprendi que não podia controlar os outros, não importava quão duro tentasse. (Isso nunca tinha funcionado, mas eu continuava tentando…) Toda mudança parecia extremamente arriscada para mim. Sentia medo dos menores passos e era extremamente lenta para fazer mudanças. Só quando me tornei disposta a tentar novos comportamentos foi que pude mudar alguma coisa em mim mesmo ou em minha vida.
Pratiquei novas formas de comportamento nos meus relacionamentos antigos. Desliguei-me daqueles que não eram saudáveis. Aprendi que eu poderia amar. Comecei a sentir o amor que outros sentiam por mim. Tornei-me capaz de me comunicar com os meus pais de uma maneira nova e melhor. Desliguei-me de um monte de ressentimentos. Gradualmente aprendi a cuidar de mim e a me defender.
Lentamente, muito lentamente, criei novos relacionamentos.
Minha recuperação agora é uma viagem de 13 anos! Ela continua, porque eu preciso continuar em contato com o meu Poder Superior e com meus companheiross codependentes. Continuo prestando serviço à Irmandade para manter minha recuperação forte.
Via a acreditar no poder da Irmandade de CoDA.
CoDA estava lá para mim quando eu estava desesperada e eu quero estar lá para todos os codependentes, inclusive eu.
Agradeço a todos que participam das reuniões e levam nossa mensagem de recuperação!
Esse texto é tradução de uma contribuição de um membro CoDA ao site do CoDA mundial.